Durante as aulas de Português, os alunos das 6ªs séries A, B e C fizeram a escrita coletiva de uma narrativa a partir do texto: “Poema tirado de uma notícia de jornal”, de Manuel Bandeira. Abaixo, confira o poema e as três produções. Não se esqueça de deixar o seu comentário dizendo qual achou mais criativa. Boa leitura!
Poema Tirado de uma Notícia de Jornal
João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.
Produção: Alunos da 6ª série “A”
O triste fim
João Gostoso era um homem de 35 anos conhecido pelos amigos por sua simpatia e gosto pelo trabalho. Apesar de ser carregador da feira livre, era um sujeito baixinho e rechonchudo com ar de desconfiado, que parecia se esconder atrás das sobrancelhas grossas e da barba espessa.
Morava com sua mulher Joana, grávida de quatro meses, no Morro da Babilônia, em um pequeno e organizado barracão sem número de dois cômodos, onde guardava um berço que havia encontrado por aí.
Em uma noite chuvosa, após discutir com a sua esposa, resolveu sair para esfriar a cabeça e entrou em um pequeno e antigo bar, cujo letreiro dizia: Vinte de Novembro. Enquanto bebia uma dose de uísque, reparou em uma presença desagradável: Bartolomeu Pafúncio, seu antigo inimigo, que roubara seu cargo de encarregado em uma fábrica de carros. Após o acontecido, restou a João trabalhar na feira e mudar-se de sua casa no bairro Epitácio para o barracão no morro.
Muitos goles depois, o carregador bêbado cantava e dançava em cima da mesa, quando repentinamente, pegou uma garrafa e atingiu com violência a cabeça de seu rival, que começou a sangrar pelos cortes profundos e morreu.
Quando percebeu o que havia acontecido, João Gostoso saiu do bar deprimido, pois não queria matar Bartolomeu, apenas machucá-lo para se vingar.
No caminho para casa, ficou pensando que não poderia ver seu filho nascer e crescer, pois estaria preso. Além disso, que exemplo seria? Um assassino?
Chegando em seu barracão, tomou uma difícil decisão. Escreveu uma carta à Joana explicando os seus motivos e deu-lhe um beijo enquanto ainda estava adormecida. Chorando, saiu de sua casa, dirigiu-se à lagoa Rodrigo de Freitas, amarrou uma pedra em seus pés, atirou-se na lagoa e morreu afogado.
Produção: Alunos da 6ª série “B”
O mergulho mortal
João Gostoso era um rapaz quieto e discreto que apesar de suas poucas condições financeiras era muito trabalhador. Era alto, moreno e considerado um cidadão comum de 27 anos.
Trabalhava como carregador de feira livre e morava com seu pitbull Spike no morro da Babilônia em um espaçoso barracão sem número, ocupado somente pela sua cama, um guarda-roupas e a casinha do cachorro. Lá vivia desde os 16 anos, quando seus pais partiram para o interior e deixaram-no sozinho.
Na noite de seu aniversário, saiu para comemorar com seus amigos e decidiram ir ao bar Vinte de Novembro, pois havia sido reformado há pouco tempo e resolveram aproveitar a ocasião para conferir as novidades.
O bar estava outro. No térreo, havia um novo balcão de vidro, por onde era possível enxergar as bebidas, e duas mesas de sinuca.
Lá, João encontra seu tio Joaquim, e descobre que ele é o novo dono do bar, mas o aniversariante percebe uma grande tristeza nos olhos do tio e pensa que já que não se viam há tanto tempo, ele deveria estar feliz em vê-lo.
João pergunta qual era o motivo de tanta tristeza e Joaquim responde:
- Meu filho, eu sei que hoje deveria ser uma data feliz, mas tenho uma noticia horrível para lhe dar. Seus pais foram assaltados e já não estão mais entre nós.
João Gostoso não conseguia definir seus próprios sentimentos. Quando lembrava do abandono de seus pais, a raiva tomava conta de seu ser, mas ao lembrar de sua infância ao lado da família, uma mistura de saudades, revoltas e arrependimentos esmagavam seu coração.
Afastou-se dos amigos, que logo foram embora, e começou a beber como nunca fizera antes. A cada lembrança, virava uma dose de conhaque.
Quando não podia mais controlar seus pensamentos pelo efeito da bebida, começou a delirar e ao ouvir vozes estranhas pedindo para sacrificar a sua vida para juntar-se aos seus pais e pedir perdão por sua ingratidão. Decidiu então tomar uma decisão para finalmente aliviar sua dor.
Antes, porém, pediu para seu tio colocar uma música que sempre o fazia sentir saudades de sua família, mas logo lembrou-se de que sua angústia chegaria ao fim, já que em breve estaria com seus pais.
Então, por um breve momento, a felicidade tomou conta de seus pensamentos e começou a cantar e dançar na companhia da garrafa para comemorar os seus últimos momentos de solidão.
Nessa mesma comemoração, João Gostoso saiu do bar no meio da madrugada determinado a acabar com seu sofrimento. Sem ser visto, pegou o carro de seu tio e saiu em alta velocidade com rumo certo.
Pensou novamente em como era bom estar com sua família e sorriu. Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.
Produção: Alunos da 6ª série “C”
A última noite no boteco
João Gostoso era uma homem forte, alto, de pele clara e olhos verdes que tinha 32 anos. Era uma pessoa calma, trabalhadora e adorava sair aos finais de semana com sua namorada Sabrina.
Era carregador de feira livre e morava sozinho no Morro da Babilônia em um barracão sem número, simples e organizado. Sua principal companhia em casa era a do retrato de seus três filhos: Francisco, Pedro e Tião.
Em uma noite de lua cheia, ele chegou no bar Vinte de Novembro. O boteco, como sempre, estava caindo aos pedaços e com os mesmos bêbados. Foi quando, para sua surpresa, encontra seu tio Roberto, que não via há muito tempo.
Os dois então começaram a beber cerveja Skol e, depois de uns goles a mais, resolveram cantar e dançar lambada.
Quando João saiu do bar, estava tão bêbado que resolveu dar um mergulho na lagoa Rodrigo de Freitas para melhorar. Estava tão ruim que não conseguiu se recuperar de uma cãibra e morreu afogado.
Trabalhos realizados com orientação da Professora: Ana Clara